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Líder do governo na Câmara, José Guimarães, defende “diálogo e sintonia” com o presidente Lira.
Líder do governo na Câmara, José Guimarães, defende “diálogo e sintonia” com o presidente Lira.| Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), negou nesta sexta-feira (19) a existência de uma "crise" entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AP). Porém, ele ressaltou que talvez precise de "um consertinho".

“Tem que ter sempre sintonia com Lira. É só fazer um consertinho aqui, um consertinho acolá, nada que atrapalhe a nossa vontade, e o presidente Lira tem tido essa vontade, de votar os projetos de interesse do País”, disse o deputado petista à imprensa.

A declaração de Guimarães foi feita após reunião com o presidente Lula, ministros e parlamentares no Palácio do Planalto para discutir sobre as prioridades do governo e os risco das pautas-bomba no Congresso.

Uma das pautas, considerada "bomba" para o governo, é Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede aumento salarial de 5% a cada cinco anos de serviço para membros do Judiciário e do Ministério Público. Guimarães mencionou que, caso seja aprovada, a chamada PEC do Quinquênio "quebra o país" em razão do impacto fiscal.

"Se essa PEC prosseguir ela vai quebrar o país. Quebra o país e quebra os estados. Não tem o menor fundamento, na minha opinião. O presidente [Lula] não falou isso. É opinião minha como líder da Câmara. Essa PEC não pode, ela quebra fiscalmente o país", disse Guimarães.

De acordo com o deputado, as pautas econômicas do governo têm avançado, mas admitiu que é preciso melhorias. "Tem três palavras que eu resumiria: diálogo, paciência e capacidade de articulação. É o que nós temos de ter nesse momento", afirmou.

A relação do governo petista com a Câmara tem se acirrado nos últimos dias, após Lira ter feito algumas críticas ao ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo Lula no Legislativo. Arthur Lira abandonou o tom moderado e disse que Padilha é seu "desafeto pessoal", além de chamá-lo de "incompetente". Logo depois do comentário, Padilha publicou um vídeo em que Lula faz comentários positivos sobre o ministro.

Sobre a relação de Padilha com Lira, Guimarães ressaltou que o ministro "está disposto a conversar", mas "na hora que Lira se dispuser". O petista também apontou que Lula deveria conversar com Lira, mas cabe a ele decidir. "A sintonia entre os Poderes é responsabilidade deles", disse.

Desde o começo do mandato Lula 3, o governo tem dificuldades em negociar com os parlamentares e o clima ficou pior depois que o presidente editou, durante o recesso legislativo do começo do ano, uma Medida Provisória (MP) que limitava a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia – na contramão do que o Congresso havia aprovado em 2023. Diante da falta de articulação política, o governo teve que voltar atrás e propor um projeto de lei para discutir a questão.

Outro ponto de atrito foi o corte de mais de R$ 5 bilhões em emendas parlamentares de comissão. O governo não quer incluir esse montante no orçamento e tenta negociar com deputados e senadores para que o veto que Lula impôs a essas emendas não seja derrubado pelo Congresso.

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